quinta-feira, abril 03, 2008

Quebra-retalhos

...talvez um meio de entortar as coisas
entornar, distorcer, mastigar
engolir a seco
cuspir, vomitar, sangrar...

... talvez seja tudo isso
talvez seja nada
quem sabe em outra parada encontre teus olhos...

Fiz quebra cabeça de você
E a cada caminho, recolho peças.
Tentativa desvairada, a cada sorriso,
Escorre lágrimas.

E como um emaranhado de cabelos
Cada fio uma lembrança
E pinçando, vou...
... uma
a
uma...
Até descobrir onde estou

Quem sabe, feito colcha de retalhos
Escrevo o que restou
E de pedaços, reconstruo o que acabou

Como tarde demais?
Se tão pouco cedo, é...

Ninguém

Prefiro ser ninguém
Olhos já cansaram do alguém que vê
Calor, mãos trêmulas, já não sentem mais
Suspiros, perderam-se junto ao fôlego cansado
Pulsos enfraquecidos... Desgastado.

Prefiro ser ninguém
Língua já nem sente mais sabor
Amargor
Pálpebras inchadas, visão embaçada...
Já nem sei mais lagrima.

Prefiro ser ninguém
Alguém que se perdeu em um pedido
Laços, traços, rabiscos, zunidos
Já nem ouço mais