domingo, agosto 20, 2006

Barata seria

Se uma barata fosse
Que diferença faria?
O esgoto meu lar seria
Escuridão a luz do dia.

Se uma barata fosse
De restos viveria
Como de restou sou
Pouco me importaria

Se uma barata fosse
Ao menos asas teria
E pra longe voaria
Eu e a melancolia...

Mas se uma barata fosse
Cores da borboleta perderia
Veludo das asas
Casca dura se transformaria

Dureza de casca
Perderia a pureza
E faria de mim fortaleza
Fétida, mórbida, vazia...

4 comentários:

Unknown disse...

Você vazia: Inconcebível.

Mas a poesia ficou show, adoro as suas associações, simples, mas de uma profundidade absurdas...

Beijos.

Roy Frenkiel disse...

Inconcebivel mesmo! Amei este poema, juro, que coisa kafkiana doida! (K)

Amanda disse...

Tati e Roy...


Obrigada meus lindos! É vazia num sou não, pq transbordo e qdo transbordo da no que da...

Bjos

Daniel Pestana disse...

Bem... estou sem palavras... os teus poemas são lindissimos, de uma grande qualidade mesmo. Eu também escrevo - agora só mesmo prosa - e adoro ler e dou-te esta garantia: "simplesmente espectacular". Muito muito bom. Pensa em reuni-los e em enviá-los para uma editora. Excelente Dinha. Obrigado pelo teu comment, porque sem ele eu nunca teria tido a oportunidade de visitar um blog onde reina a magia - o teu. Beijos e tudo de bom para ti.