segunda-feira, novembro 20, 2006

Confuso

Meias palavras
Palavras inteiras
Meias palavras
Mesa, cadeira
Palavras inteiras
livros, prateleira
Cheio de palavras
Sem conteudo
Palavras vazias
Sorriso mudo
Meias verdades
Não, só meias palavras
Inteiras vontades
Escondidas
Em meias palavras...


Dinha Oliveira

Anjo Negro

Sou sempre o que chega atrasado
Sempre o que escreve errado
Aquele que parte querendo ficar
Borboleta que não aprendeu a voar

Aquele de humor mal humorado
Olhos caídos e marejados
Braços abertos a esperar
Que não cansa de sempre chorar

Sou fraco, inútil e esquecido
Corpo cansado, curvado, estremecido,
Ofegante de correr sem chegar

Sou raso, insosso, despercebido,
Alma pesada, coração adoecido,
Esperando anjo negro chegar.


Dinha Oliveira

Mundos Distantes

Pedi pro vento levar-te um beijo
E às abelhas o mel emprestado,
Pra quando a brisa tocasse teus lábios
Sentisse o tamanho do meu desejo.

Pedi ao sol que forte brilhasse
E à flor que em cor desabrochasse,
Pra quando ganhares o meu presente
Esqueças que estou cá, ausente.

Mas, ao nosso amor, Zeus se zangou,
Com uma tormenta, o céu fechou,
E tua Vênus em vão chorou.

Na colméia, abelha se escondeu,
De tanto frio, flor encolheu.
És um mortal, sonho dissipou.

Dinha Oliveira

quarta-feira, outubro 25, 2006

Último Suspiro

Fiapo de vida
Fio de teia
Esticado
Ando... Ando...
Rompendo.

Espelhos enxugam lágrimas
Em meus olhos vejo
Sorriso salgado.
Fiapo de vida,
Fio de teia.
Três cegas, um olho
Tesoura, sangue, veia
Corre ...........(tum, tum, tum)
Descompassado....(tum, tum)
Jorra apressado..(tum)
Esvaziando... calado
Aos poucos desfaz
Fio de vida
Um corte
Olhos
fec
ch
ad
o
s
.


Dinha Oliveira

quinta-feira, outubro 19, 2006

Arenosa

Toma-me por inteiro
Sinta o meu corpo
Garganta adentro
Como mundo ao seu estômago

Lágrima desce dos olhos
Condensa no céu da boca
Chovendo nas areias...

Assopro, sopro,
assovio.
Brisa, move
Areia, espalha...
vazio.

Dinha Oliveira

terça-feira, outubro 17, 2006

Resposta

A paz que jurei um dia ter
Com palavras, levou.
Por vaidade, egoísmo e vontades...
Alguém ferido deixou.

Enquanto brada a liberdade
Minhas portas vou trancando
Recolhendo as verdades
E o meu eu reformulando

Tranqüilidade? É tudo que espero
Me afastar de todas as mentiras
E assim reaver meu ego

Sei que muito perto cheguei
De falsas promessas o que me resta?
Retomar, agora, a calmaria que criei...


Dinha Oliveira

Lenta, depressa.

Sou geada sem frio
Calor sem suor
Caminhando sozinha

Sou vento abafado
Brasa sem frescor
Sozinha, contando passos

Sou lesma, viajando depressa
Sou passaro, correndo ao chão.
Lagrima seca
escorrida, engasgada...

Sou distante
Tela de Monet
Verde, amarelo e azul

Fria e suada,
Luz molhada
Chorando... calada.

Dinha Oliveira

terça-feira, outubro 03, 2006

No banco do Jardim

No banco do jardim
Asas, sonhos, delírios e cores,
Com cheiro de jasmim
Beijos, carinhos, afagos e dores
Trouxeram você pra mim

Hoje passa a primavera
Flores, azuis, caramelo e marfim
Rosa, vermelho e verde
Chocolate e estalos de festim

Ansiosa, o verão espera
Palavras de calor aconchegante
Frescor de mar sem fim
Chuva forte ao cair da tarde
E nós no banco do jardim...

Dinha Oliveira

Paz?!

Paz?! Quero o ardor da guerra
Suas mãos rasgar minhas vestes
Sua pele queimar meu corpo
E seus lábios loucuras sangrar...

Paz?! Quero o calor do inferno
Sua voz gemidos em meu ouvido
Seu suor a mim molhar
E seus olhos a me desejar...

Paz?! Quero a fúria do conflito
Seus braços a me apertar
Seu corpo no meu penetrar
E nossa junção prazer emanar...

Dinha Oliveira

domingo, outubro 01, 2006

Querer

Nunca desejei seus passos
Nem ao menos seu caminho
O que quis foram os traços
E os gestos de carinho

Nunca desejei seus olhos
Nem tão pouco seu ardor
O que quis foram teus lábios
Ser pra sempre o meu amor

Não quis te encontrar
Quero apenas me perder
E aos sonhos me entregar

O que quero são palavras
Não toques, afagos e beijos,
Mas a voz, essa eu não deixo!

(Dinha Oliveira 01/10/06)

segunda-feira, setembro 18, 2006

Sorrindo

Sorriso sem boca, sim
Afinal pra que alvos dentes
Se o claro olhar mais diz?
De adianta uma ponta a outra
Se o coração engana?
Talvez pra esconder o que sente... (ou que é)
E com sorrisos e magia,
Fortaleza se transforma.
Palavras e encantos,
Poeta se constrói.

No meu mundo
Sou o que quero...
Escondo fétidas feridas
E com um sorriso me enfeito.

Dinha Oliveira

domingo, agosto 20, 2006

Barata seria

Se uma barata fosse
Que diferença faria?
O esgoto meu lar seria
Escuridão a luz do dia.

Se uma barata fosse
De restos viveria
Como de restou sou
Pouco me importaria

Se uma barata fosse
Ao menos asas teria
E pra longe voaria
Eu e a melancolia...

Mas se uma barata fosse
Cores da borboleta perderia
Veludo das asas
Casca dura se transformaria

Dureza de casca
Perderia a pureza
E faria de mim fortaleza
Fétida, mórbida, vazia...

quinta-feira, julho 20, 2006

Meus passos

Vilã de mim mesma
Eu me roubo, me estupro,
me mato.
Das cinzas, renasço.
Sigo em frente, sou meu carrasco.

Ando contando passos
Batendo asas
Colhendo lágrimas.
Vou rabiscando meus traços

Embaralho,
Misto,
Confuso,
Descompasso.

(Dinha Oliveira 20/07/06)

Quartzo Verde

Pedra cor,
Cor de pele que toca
De braços, corpo apertar.

Pedra aroma,
Aroma de gesto que encanta
De cheiro, sentidos despertar.

Pedra sabor,
Sabor de mordida, que boca!
Gosto de beijos, lábios molhar...

(Dinha Oliveira 17/07/06)

Coração Selvagem*

Não há como penetrar
Coração arisco, assustado
Selvagem, refuga
Desprezo, ataca

Joana bem sabe...

"Difícil aspirar as pessoas
como aspirador de pó"
É uma dor cansada
Sofrida e calada
Uma lágrima simplificada

Joana bem sabe...

O vazio do seu coração
A necessidade de preenchê-lo
E a certeza do sempre vão
Por isso os pensamentos
Que inundam o seu ser
Transbordam em sua mente

É Joana bem sabe...

Não há como adentrar
O máximo é perto ficar
Perto do coração selvagem...


(Dinha Oliveira 19/07/06)

*inspirado em Clarice Linspector

sábado, julho 15, 2006

O que seguras?
Grito mudo.
O que olhas?
Visão torpe.
O que sonhas?
Desejos vãos.
O que queres?
Sentidos não!

(Dinha Oliveira 14/07/06)

Avesso

Do avesso que estou, reconstruo
Da lágrima que cai, engulo
Do sol que nasce, entardeço
Do dia a clarear, escureço
Da lágrima que torna a cair, esqueço
Do sentimento que não quero sentir, emudeço...

(Dinha Oliveira 14/07/06)

quinta-feira, julho 13, 2006

Que morram

Que morram as palavras
Que esmaguem os sonhos
Que retalhem os apelos
E se matem os devaneios

Que estrangulem os planos
Que enforquem os carinhos
Que esfaqueiem os cuidados
E se matem os desenganos

Que desfaleçam as esperanças
Que pisoteiem as lembranças
Que sufoquem os instintos
E se matem os destinos

Que se esqueça com a morte...

Dinha Oliveira

terça-feira, julho 04, 2006

Torto

Esse meu jeito
Impulsiva
Saio atropelando tudo...
Não queria machucar ou ferir ninguém
Queria só acalmar meu coração
Acalentar meu peito
Sumir com a dor
Meti os pés pelas mãos
Não queria decepcionar ninguém
Não queria que tomassem por suas minhas dores
Queria só sumir
Apagar
Não ver...
Cada um tem um lugar ímpar em mim
Cada particularidade, admiro
Não quero perder mais ninguém
Só preciso me encontrar...

(Dinha Oliveira)

Poeta da Dor

Palco imaginário
Platéia invisível
Aplausos! Um viva!
Seu show...

Palavras fingidas
Poeta da dor
Que engana
E diz que ama

Segredos de coxia
Ilusões da alcova

Gloria! Fama! Holofotes
Intocável...

(minha vida, bastidores).

Dinha Oliveira

domingo, julho 02, 2006

Síndrome de Lagarta

Arrasta, rasta, rasta, caminho de fel
Lagarta, inteira, por toda vida
Avante! Rumo ao léu
Presa, condenada desde a partida

Segue com seu pranto amargo
Colhendo olhares de desprezo
Segue contando seus passos
Desejando, um dia, pouco zelo

Interrupção! Casulo, glória, transformação
Asas, vôo, caminhos sem chão.
Universo todo a conhecer

Arrasta, rasta, rasta, caminho sem fim
A borboleta que precisa se sentir lagarta
Pr´um dia mais viver...

(Dinha Oliveira)

Reencontro

Suas mãos a percorrer meu corpo
Apertando-me contra seu peito
Perco-me em seus braços
Meu pescoço
Meu colo
Meus seios
Lábios quentes a passear
Reexplorar o que já foi seu
Redescobrir cada gemido que já ouviu
Ressentir o tremor da pele
O calor dos corpos úmidos
O suor de nossa junção
A tranqüilidade de cada movimento
Sem pressa...

O Reencontro.

(Amanda Oliveira 02/07/06)

domingo, junho 18, 2006

Pegue um pouco da brisa do mar
Misture à terra vermelha destes pastos
Colha uma gota da chuva de março
E de as fadas deste céu azul a voar

Com mãos delicadas e pequeninas
Cores, formas e aroma se põe a moldar
Quantas risadas, ninfas meninas!
Pr´um tanto de emoção se formar

E assim, nos encantos da magia
Envoltos em toda poesia
Os sentimentos se tornam reais

Contudo, esbraveja a razão
Traz na alma a desilusão
E faz dos sonhos coisas banais...

Silêncio

Um silêncio que sufoca
Que agride e incomoda
Turvando o meu prazer

Um silêncio complacente
De uma mente delinqüente
Invadindo o meu ser

Um silêncio torturante
Que faz uso o militante
Nesta guerra do querer

Um silêncio arrogante
Tem nos olhos o meliante
Que me furta sem eu ter

Um silêncio provocado
Por um ódio mastigado
Que me fere sem saber

Um silêncio que escuta
Meus gritos de lamuria
Sem que nada possa fazer

Um silêncio que abriga
Os desejos de uma vida
Impedida de viver

Um silêncio não ouvisse
Se mil vezes surda fosse
Evitando mais sofrer...

Amanda Oliveira

sexta-feira, junho 16, 2006

Surpresa

Carinho em abraços
Abraços em palavras
Palavras em beijo...

Beijo que é teu
Palavras pra ti
Abraço teus braços
Carinho teus olhos

Uma palavra, carinho
Um gesto, surpresa
Um beijo, sua boca
Abraço você!

Amanda Oliviera 14/06/06

quinta-feira, junho 15, 2006

Presente de Dia dos Namorados atrasado também vale...

Namorados

- Carlos Drummond de Andrade -

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo.
Namorado é a mais difícil das conquistas.
Difícil porque namorado de verdade é muito raro.
Necessita de adivinhação, de pele, de saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil.
Mas namorado, mesmo, é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda, decidida, ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem um amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes, mesmo assim pode não ter namorado....
Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos de amor com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada; de ânsia enorme de viajar para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, fazer sesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não chateia com o fato de o seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz.
Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo...
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos emedo, ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras, e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fadas. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma nuvem de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases e palavras de galantearia.
Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário, pra fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.

quinta-feira, junho 01, 2006

Camões hoje, como seria...

Outro nome ao amor daria
Sentimento que fere e machuca
Faz de conta que é alegria
Mas se amarga na tortura

Diante tamanha desilusão
A métrica pouco importaria
Pois daria asas a razão
Sem perder a poesia

Esconder-se-ia na escuridão
E aos poucos se desfazendo iria
Destruindo toda a criação

Se vivo ainda fosse, não aguentaria.
Ver tamanha distorção.
Daquilo que chamou amor um dia.

(Amanda Oliveira maio/06)

Prece

Devolva agora a minha vida
Traz-me de volta a poesia
Retorne a mim o meu encanto
E desde já que suma o pranto

Leve embora a dor maçante
Traga seus olhos, olhar pedante.
E seu abraço, falso mistério.
Me envolva agora, amargo tédio.

E desde logo quebre a magia
Entorne toda a poesia
E o meu corpo, deixe em paz.

Agora suma da minha frente
O seu silêncio tão deprimente
Porque pra mim já tanto faz...

(Amanda Oliveira maio/06)

domingo, maio 28, 2006

Mãos Atadas

Composição: Simone Saback

Tenho as mãos atadas ao redor do meu pescoço
Eu queria mesmo era tocar seu corpo
Reprimo meus momentos
Jogo fora os sentimentos e depois?
Depois toco meu corpo eu tenho frio
Sou um louco amargurado e até vazio
E me chamam atenção
Mas eu sou louco é de paixão e você?
Você que me retire desse poço
Eu sei ainda sou moço pra viver
E te ver assim tão crua
A verdade é toda nua
E ninguém vê


Eu tenho as mãos atadas sem ação
E um coração maior que eu para doar
Reprimo meus momentos
Jogo fora os sentimentos sem querer
Eu quero é me livrar
Voar
Sumir
Perder não sei, não sei, não sei querer mais
A qualquer hora é sempre agora chora
Quero cantar você
Vou fazer uma canção liberte o meu pensar
Aperte os cintos pra pousar
Agora é hora de dizer muito prazer sorte ou
azar e amar
Simplesmente amar você



http://app.radio.musica.uol.com.br/radiouol/player/frameset.php?opcao=umamusica&nomeplaylist=008901-1_04

Me sinto assim...

sexta-feira, abril 14, 2006

Banho de Chuva

Banho de chuva
Água
Limpa
Molha
Lava
Banho de chuva
Beijo
Água
Pura
Doce
Molha
Banho de chuva
Amor
Fogo
Apaga
Ascende
Banho de chuva
Chove
Lagrima
Gota
Ausência
Banho de chuva
Musica
Sede
Alma
Pura
Banho de chuva
Chove
Gota
Calma
Limpa
Banho de chuva
Paixão
Antiga
Nova
Sempre
Banho de chuva
Raio
Relâmpago
Medo
Trovão
Banho de chuva
SEMPRE BANHO DE CHUVA !

(Amanda Oliveira)

Suicidio coletivo!!!

Suicidio coletivo!!!

Hoje decidi suicidar
Estou farta disso
Vou matar
Apertar até sufocar
Ficar sem ar
Não ter razão
Quero de volta a ilusão!!!
Mas hoje decidi
Vou assassinar
Não quero mais sentir
Não posso mais mentir
Vou estrangular
Apertar com as mãos
Até o ultimo refrão
Vou libertar...
(Amanda Oliveira 26/03/06)

terça-feira, março 28, 2006

Alguém muito especial fez pra mim...

Amanda
Deixar marcas minhas na carne que não conheço
Esperar dias, a conhecer sentidos que reconheço
E, ao mesmo tempo, viver...

Receber promessas dos olhos de amor tamanho
Cobrir o corpo de jóias de um rosto ainda estranho
E, ao mesmo tempo, viver...

Modelar silhuetas em sombras do desconhecido
Arrebatar meu peito com bater de coração esquecido
E, ao mesmo tempo, viver...

Para esperar viver mais.

Marcelo Milani

Você

Que a cada dia conquista um pedaço maior de mim
Já não tenho mais porque me esconder
Abri as minhas portas
E de lá sai, sem saber
Estou aqui fora
Esperando por ti,
Clamando por ti.

Jamais pensei sentir isso novamente
Você simplesmente apareceu
Encheu os meus dias de luz
Trouxe vida nova aos meus sentimentos...

E tudo que tenho são ainda palavras
Imagino-te por inteiro
Imagino quando puder te abraçar
Olhar nos teus olhos
Te beijar
E me entregar por completo
Sentir suas mãos
Sentir o seu cheiro
Sentir o seu gosto
E olhar nos teus olhos
Ah! Como eu quero você
Ah! Como gosto de ti...

Você

Chega e domina
Palavra fascina
O olhar encanta
O sentimento assusta
O zelo acalma
O corpo desejo
Da boca o beijo
Braços segurança
Das mãos careço
A voz instiga
Por você enlouqueço!

Menina

Um vento forte
Que veio sem avisar
Tocou o coração da menina
Que não soube recusar

Menina que parece mulher
Mas no fundo estava perdida
Querendo se encontrar
Mas mantendo-se escondida

Voce apareceu
E viu nos olhos a mulher
Com palavras, o coração
A menina te entregou...

Agora cuida do que é seu
A alma da mulher
Que a menina ofereceu.

Vida Interrompida

Pensamentos perdidos
Sonhos esquecidos
Estátuas quebradas
Paredes rabiscadas
Vestidos ao Chão

Correntes pesadas
Portas lacradas
Cadeados trancados
O véu rasgado
A escuridão

Lágrimas caídas
Dores desmedidas
Vida interrompida
Ventura adormecida
Esperança em vão

Sentimento despedaçado
Choro escancarado
Angustia sofrida

Desespero descabido
E sempre solidão.

(Amanda Oliveira 28/03/06)

segunda-feira, março 20, 2006

Pra Você.

Amor?
Será que existe?
Procuro, encontro?
Será ou não?
Real ou invenção?
Mentiras verdades,
Doce ilusão,
e qdo for talvez me encontre
e se me encontrar talvez eu viva
e se eu viver que seja feliz
(que seja o que tiver de ser... T)
Momentaneamente mas intensamente feliz


Amanda Oliveira (30/01/06)

Alguém

Eu não quero encontrar
Quero alguém pra amar
Amar sem limites, nem pudores.
Sentir o gosto do beijo
Na pele o meu desejo
Deixar acontecer
Não quero contratos selados
Pactos, promessas, juras
Só quero amar, sentir, ter...
Sem pensar no amanhã
Não quero prender-me
Sou livre, preciso sê-lo.
Quero voar, voa, voa, voa
(mesmo sem asas)
Pairar no ar...
Quero sentir o toque suave das brisas
Quero tomar banhos de chuva
Sair nas ruas gritando e cantando
Sou livre!!! Mas quero alguém pra amar...

O doce sabor dos sonhos

Meu corpo repousa em plumas
A lembrança de tuas palavras atormenta meus pensamentos
Sinto você
Tua pele,
Lábios,
Mãos,
Cada centímetro clama por tua presença
Vinho, o néctar do pecado, prazer
O sabor adocicado, tenro.
Te sinto aqui
Como se penetrasse em minh´alma
Despindo meu corpo
Despenteando meus cabelos
Teus olhos me desejam
Assim como a noite me tens

Loucura, lascívia, insensatez,
Tomas o que é teu
Teu por direito
Um amor profano
Bandido, insano,
Vôo como a leveza das plumas
Será a doçura das uvas?
Será esse o teu veneno?
Será a luxuria dos meus instintos?
O que fazes comigo?
Por que me tens?
Rogo uma prece:
Oh! Minha mais fiel amiga
Assim, durmo.

(Amanda Oliveira 07/02/06)

quinta-feira, março 09, 2006

Pedaços de Mim.

Nem tudo são flores,
Hoje vejo os espinhos
Que antes não via
Temo muitas dores
Que antes não temia
Uso cascas, redomas, casulos
Que antes ignorava

Pedaços de Mim...

Me escondo em portas trancadas
Uso lágrimas como escudo
Permaneço, assim, no escuro
Desta vida tão rasgada
Outrora, pelo ciúmes, aprisionada
Agora a clausura da liberdade apavorada
Chove lá fora,
Águas de desabafo,
Um mar de desespero
Lembranças amargas
Que dizem quem sou
Tento desatar as amarras
As preciso, são minhas defesas
Devo a elas me entregar
Mas não me dôo

Pedaços de Mim...

Penso: se me trancar
Logo o sossego vira
A calmaria de um ser sem fim
Mas o que faço é enganar
Não! Não! Não a mim
Me iludir jamais
Falsas realidades
Inteiras mentiras
E meias verdades
Me trair nunca mais
Sou fiel a mim mesma
Preciso sempre ser

Pedaços de Mim...

Não aceito essa mansidão
Nada mais que falsidade
Outra doce ilusão
A cegar-me diante a verdade
Um medo dói mais que a dor
A minha segurança, o meu temor
O meu esconderijo, um precipício
No meu olhar a solidão
Um vazio, inócuo, inerte
Eu mesma, o meu vilão
Me condeno a viver só
Na penumbra da noite
Me escondendo do dia

Pedaços de Mim...

Não! Não posso me jogar
Ceder a este destino
Não vou, não quero me entregar
À angustia me conduzindo
Conflito de sentimento
Me proíbo a felicidade
Evitando o sofrimento
Fuga constante do amor
Por puro apego, comodidade
Acostumei-me com a dor

Pedaços de Mim...

Vejo os dados lançados
Tantos planos construí
E os tenho estraçalhados
Como posso desistir
Sem nuca ter amado?
É, de fato,
Minhas lágrimas, meu escudo
Mas deixa-me sonhar
Uma prece, apelo, pedido
Que me perca em devaneios
Com a luz do sol a iluminar
Das rosas só o cheiro
E que as possa tocar
Que as lágrimas sequem
E que comece a enxergar
Os sonhos perdidos
Os sentimentos escondidos
E desde logo volte a amar

Pedaços de Mim...

Não às palavras
Não aos amores ressentidos
Não às lágrimas caídas.
Sim ao desejos
Quero o jamais esperado
O nunca sentido
E sempre sonhado.


Amanda Oliveira
(08/03/06 21:50 h.)

quarta-feira, março 08, 2006

Olhos de Perdido

Se tem algo que me domina
São teus olhos de perdido
Querendo se encontrar
Procurando um abrigo
Se queres,
Meu colo vou te dar
Mas não faças assim comigo
Não, com esses olhos de perdido
Pois assim eu não consigo
Não tenho como me controlar
Um beijo doce vou roubar
De teus lábios tão aflitos
O meu corpo me entregar
A esses olhos de perdido
Mas não me tomes!
Não sejas atrevido
Não ouses esperar
Nada, deste coração tão ressentido
Não vou me apaixonar
Por teus olhos de perdido

Quer saber?
Vou me perder
Junto com teus olhos
Dentro de você
Pra nunca mais sair
Não! Não quero nada mais
Só me deixes ficar ai...

Amanda Oliveira
(10/02/06 – 18h38min)

quinta-feira, março 02, 2006

Roubando a palavra de um amigo, o mais INTENSO de todos...

Refugio.

E assim, mais uma vez descubro que sou forte, extremamente forte, invencível, imbatível.
Basta um par de dias para me tornar indestrutível.

Sou eu, essa sou eu.
Segredos! Quantos segredos!
Dores, inúmeras dores, ah!

Muitas lágrimas já caíram através de meus olhos, (águas) um mar de desabafo, de angustias, dores que não consegui guardar em mim.
Mas estas lágrimas despencam todos os dias, a todo momento, mas pra dentro.

Desespero-me!
Mas vou contar algo...
... Tenho um lugar
Mágico, sagrado e escondido!

Um cantinho dentro de mim, um quartinho, com uma porta grande, emperrada, de madeira, com uma fechadura e uma chave que escondo em meu travesseiro.
Neste canto estão guardadas todas as minhas dores, as minhas lágrimas, preocupações, frustrações, desilusões, desencantos, mas está tudo lá, trancado, guardado. Lá parados, inertes, sem solução, mas sem incômodos.
Preciso acreditar que isso é possível, que realmente consigo deixar tudo de lado.

Eu sempre saio ilesa
Com pouquíssimos arranhões
Mas que se abrem com o tempo
Tornam-se feridas incuráveis
Que doem, que corroem meu ser
As vezes cegam meus olhos
Como um câncer cega a alma

Mas estou lá, forte, sempre.

Recolho, retraio, entro em mim mesma, visito o meu quarto escuro, amargo, insano. Mexo em todas as feridas que lá guardei, vejo cada lembrança, cada lagrima, sinto a dor de cada momento e assim consigo forças pra continuar...Assim me ergo, levanto a cabeça, abro os meus olhos e sigo em frente.


Amanda Oliveira
(14/03/05 02h43min)

Para um bom começo.... Pessoa, sempre Pessoa.

Dorme enquanto eu velo
Deixa-me sonhar
Nada em mim é risonho.
Quero-te para sonho,
Não para te amar.
A tua carne calma

É fria em meu querer.
Os meus desejos são cansaços.
Nem quero ter nos braços
Meu sonho do teu ser.
Dorme, dorme. dorme,

Vaga em teu sorrir
Sonho-te tão atento
Que o sonho é encantamento
E eu sonho sem sentir.

Fernando Pessoa

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

deixa eu entender isso aqui primeiro, depois brinco!!!