Num banheiro imundo,
Acendo um cigarro,
Gargalho.
Brincando de querer o que não quero,
e sentindo o que não sinto,
Espalho.
Com palavras e salivas, infecto.
e assim adoecida
Bebo mais um trago,
Gargalo.
Debochando de mim mesma
Dos desejos que não tive,
e os amores que vivi,
Escorrego.
E deito nua neste chão gelado,
Sinto frio queimando espinha.
Teu cheiro estacionado à porta
Entrego.
E persegue, e bate, espanca e grita.
Meu sonho de mentira,
fantasia copiada.
Nego.
Que um dia fui feliz
Invento que foi eu quem quis
E conto histórias
E imagino, e crio, e enfeito
Acredito.
Realidade pré-moldada
Poesias inventadas, vidas arrastada
E faz de conta de magia
E no canto dos lábios,
Sorriso!
[ecoam meus berros]
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Um comentário:
Pois então não negue mais que criar é realidade e sonho
e que a vida do poeta é se recriar
até virar semente!
Gostei muito desse poema, Dinha!
Beijão, Grazzi..
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